Mercado imobiliário demonstra recuperação em Mato Grosso
Os últimos dois anos não foram os melhores para a construção civil e as vendas de imóveis vêm passando por momentos de baixa no mercado. Receosas quanto à superação da crise econômica do país as pessoas compraram menos. Porém, este cenário está começando a melhorar em Mato Grosso.
Para este ano, a Caixa Econômica Federal (CEF) já tem assegurado R$ 600 milhões para financiamento de imóveis no Estado. Valor que pode subir no decorrer dos meses, como informou ao Mato Grosso Econômico José Luiz Dias, gerente regional da construção civil do banco, que estava presente no Feirão Caixa da Casa Própria, realizado nos dias 23, 24 e 25 deste mês, no pavilhão de eventos da Acrimat.
O presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon), Júlio Flavio Campos de Miranda, disse à reportagem que Mato Grosso possui um déficit habitacional de cerca de 80 mil moradias. Dificuldades na aprovação dos financiamentos foram um dos principais problemas enfrentados por quem desejava adquirir um imóvel, porém o problema tem sido minimizado nos últimos meses e as pessoas têm voltado a visitar construtoras e imobiliárias para pesquisar preços e projetos.
“Percebemos uma melhora no setor em relação aos anos anteriores. Este ano teve mais contratações na construção civil, que mostra uma aceleração nas atividades. A inflação e a taxa de juros diminuíram devido a leve recuperação na economia. Não como nós queríamos, mas há uma melhora e as pessoas estão voltando a ter mais intenção de compra”, afirmou.
O presidente do Sinduscon disse ao Mato Grosso Econômico que existe uma grande demanda por imóveis em Cuiabá e esse mercado tem obrigado as construtoras e imobiliárias a mudarem seu comportamento. As empresas estão buscando mais os clientes e oferecendo facilidades para os negócios, diferente de como acontecia alguns anos atrás quando apenas “esperavam” serem acionados pelos compradores em potencial.
Além da queda de juros, inflação controlada e diminuição da burocracia na aprovação de financiamentos, o saque das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) também ajudou a aquecer o mercado, pois o consumidor teve a possibilidade de quitar dívidas menores e limpar o nome para adquirir financiamentos de longo prazo, como o imobiliário, por exemplo.
As pequenas e médias construtoras também sentem a melhora no setor e se reúnem por meio da Associação das Construtoras e Incorporadoras de Mato Grosso (ACIMT) a fim de garantir seu espaço no mercado e ter força e competitividade para disputar com as grandes empresas.
“Houve uma melhora no setor. Todos os empreendimentos que lançamos estão sendo vendidos rapidamente atendendo a essa demanda de mercado e estimamos que o cenário deve ser ainda mais positivo nos próximos meses”, conta Giselle Cabral, presidente da Associação.
Visando avaliar a recuperação econômica, no último final de semana foi realizado em Cuiabá o Feirão Caixa da Casa Própria. O balanço do evento superou as expectativas dos organizadores e mostra que o mercado imobiliário começa a melhorar efetivamente, não apenas em intenções de compra.
Foram comercializados nos 3 dias de evento, R$ 146 milhões de contratos de imóveis. O feirão atraiu 3.105 pessoas, 50% a mais do que o esperado.
Durante uma coletiva de imprensa realizada ontem (28) em Cuiabá, José Luiz Dias, gerente regional de Construção civil da Caixa Econômica Federal relatou o receio que tinham as empresas em realizar o evento e não obter resultados positivos “Em tempos de crise o feirão foi uma grande surpresa, pois era esperado um público de duas mil pessoas e o resultado foi de três mil cento e cinco visitantes” disse o representante da Caixa, que aposta num futuro próximo. Segundo ele, as pessoas têm necessidade de moradia e isso ajuda o setor a não parar, pois sempre existe alguém precisando de um imóvel ou querendo trocar.
Benedito Odário, presidente do Creci-MT (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) destacou a satisfação com o resultado do evento. De acordo com ele, as vendas nos últimos três anos foram difíceis, e o “Feirão” além de garantir a satisfação dos corretores, proporcionou à sociedade, a oportunidade de adquirir um imóvel. Ele disse que apesar do momento de crise que vive o País, muitos elogios foram feitos pelos visitantes a respeito do trabalho realizado durante o evento, o que deixou as equipes participantes orgulhosas. “O Creci está muito feliz com o resultado do feirão, onde houver um evento desse, o Creci estará presente”, declarou Benedito.
Guido Grando Junior, vice-presidente do Secovi-MT (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais, Comerciais e Condomínios de Cuiabá e Várzea Grande) falou sobre as vantagens oferecidas durante o “Feirão” e do resultado positivo que teve o evento. De acordo com ele, muitas pessoas saíram de lá com negócio fechado ou com um bom encaminhamento para a compra de um imóvel, com expectativa de visita aos empreendimentos no decorrer dessa semana, levando a família para conhecer o futuro imóvel. “Houve uma movimentação de mercado que não ocorreria sem essa situação do feirão”, afirmou Guido.
Júlio Flávio Campos, presidente do Sinduscon-MT (Sindicato das Indústrias da Construção do Estado de Mato Grosso) disse também, que Cuiabá tem um bom número de lançamentos em todos os setores, desde loteamentos a condomínios fechados, apartamentos padrão e imóveis que se enquadram no programa Minha Casa Minha Vida.
O representante do Sinduscon-MT, destacou ainda, que o sucesso de vendas no “Feirão” foi tão grande que quase zerou os estoques das construtoras e que os lançamentos deverão ser entregues em média de dois a quatro anos.
Os valores dos imóveis disponíveis durante o evento foram de R$ 100 mil a R$ 3 milhões e o ticket médio de negociação realizada foi de R$ 200 mil.
fonte: www.matogrossoeconomico.com.br